2009/07/26

Espelho meu

Espelho meu, espelho meu, haverá alguém que passe a ferro como eu?
"madame est servie" é a proposta do site francês aissalogerot http://www.aissalogerot.com/

2009/07/23

Da minha janela...

Pontevedra

2009/07/15

Blog de Escuta #20

Coisa de miúdo… bastava ver uma guitarra Fender Stratocaster vermelha e branca e ficava doido… era o que queria… era só o que queria.*

Muito contribuiu para essa “doença” um individuo com boa pinta que tinha a mania do culto da personalidade, que não abria a boca, não precisava de a abrir, tocava-a e muito bem.

Tocava-a da maneira que mais aprecio.

Este e alguns da minha elite de guitarristas são os poucos capazes de ter um estilo tão próprio e único que, mesmo não conhecendo o tema, ao ouvir reconheço-os de imediato.

Gente como Mike Oldfield é assim.

Estávamos em 1984, Oldfield ainda colhia os bons créditos de Moonlight Shadow editado cerca de um ano antes, eis que surge este To France que aqui vos deixo.

interprete: Mike Oldfield

tema: To France

álbum: Discovery

ano: 1984

* Em 1997 consegui comprar uma igualzinha, a Fender Stratocaster vermelha e branca, ao Zétó que ainda hoje me diz “um dia quero-a de volta”… já lhe prometi… a vender só a ele.

A estabilidade no que respeita à paz instalada em Moçambique é uma realidade no entanto estamos perante um país de África com as suas características muito próprias, as heranças e os conceitos de um passado europeu não muito distante estão esquecidos e para uma maioria de moçambicanos esse legado foi “coisa” certamente não vivida.
Segundo relatos de um simpático e “virtual” conhecido meu, um português que vive actualmente em Maputo com quem troquei uns mails e que aqui exponho de forma muito resumida, podemos ouvir disparos de AK47 feitos pela própria polícia numa “simples” perseguição.
Provavelmente os habitantes locais encolhem os ombros num claro sinal de que para além do facto de um tiro poder magoar alguém nada de anormal se trata.
Nessa perseguição o bandido foi capturado sendo que surge posteriormente com um tiro cravado no pé, é que… “a policia em Moçambique atira ao pé”… “depois de capturar o bandido”.
No último almoço domingueiro na CP (casa dos pais) contava com orgulho e detalhe este episódio quando o meu tio, também ele um ex-habitante da capital de Moçambique, meio a brincar meio a sério sai-se com esta “o tiro no pé é para marcar o tipo”… ficámos todos meios brutos a olhar para ele!
Sim é para marcar o tipo… é o registo criminal à moda de África” diz seguido de uma gargalhada à moda dele!
Quando um bandido é capturado a primeira coisa que devem fazer é tirar-lhe o calçado… se existir… e confirmar se esse é o primeiro delito cometido ou não... se for o primeiro delito o pé tá porreiro e toma lá tiro... se já tiver buraquinho... é capaz de não ser agradável
Fiquei pensativo, não consigo deixar de admitir que possa ser mesmo assim, registo criminal deve existir certamente... mas quando? Depois dos 2 pés furados?
Uma policia que persegue a tiro um “bandido” por não ter pago umas cervejas e que lhe “espeta” com um balázio no pé só pode ser regra.
Esta história (e não só) pode ser lida aqui no blogue do Lupo o "Alunagem".

2009/07/02

27:13.81”

Na altura não prestei a devida atenção, era puto e ia vendo a corrida influenciado mais pelo entusiasmo das pessoas que estavam no café do meu pai do que por vontade própria, foi notável, Portugal tinha colocado dois atletas nos dois primeiros lugares e, como se fosse pouco, o recorde do mundo tinha caído nesse dia e eu a ver aquele feito a meias com tudo o resto sem importância que se passava à minha volta.
Foram quase 9 os segundos retirados ao anterior recorde do mundo, há 25 anos, foi a corrida da vida de Fernando Mamede.
Durante 5 anos o recorde mundial dos 10.000m manteve-se inabalável, a marca 27:13.81” de Mamede manteve-se até 1989 e não será de deixar de avaliar e valorizar o facto de nos últimos 32 anos (pelo menos) não mais um Europeu ter conseguido entrar nessa lista de heróicos recordistas do mundo, o resto da história recente da distância é dos habituais Quenianos e Etíopes com um Mexicano e um Marroquino pelo meio.
Dizem que era fraco psicologicamente, ele próprio admitiu-o, dizem que se não fosse o seu (nosso) conterrâneo que ficou em 2º lugar nessa mesma corrida Mamede nunca chegaria à melhor marca mundial. Alguma vez escreveram um texto de Mamede sem referirem o nome do 2º classificado? Será este o primeiro?
Portugal nunca perdoou aquela desistência na final dos 10.000m nos Jogos Olímpicos de Los Angeles depois de ter ganho a corrida de classificação, os putos da minha rua chamavam-lhe Mamerde, eu também, hoje envergonho-me. Pensando bem… que cruz anda a carregar este homem.
Fernando Mamede está na altura do país pedir-te desculpa e dizer-te obrigado, foste o melhor do mundo, és um orgulho e és do meu país.