2009/05/31

A Experiência

Depois de mais um fantástico almoço domingueiro em casa dos meus pais, no trajecto de regresso a casa, falávamos (os 2 votantes cá da casa) das eleições europeias. Rapidamente chegámos à conclusão que não confiamos nesta gente, é sempre a mesma coisa, ainda em Novembro/Dezembro resignava-me acerca do trabalho do Governo de Sócrates e elogiava o nosso Primeiro. Era melhor que os outros e os outros ou não existiam ou pouco ou nada faziam/fizeram. Depois também ele cai no mesmo, começou um pouco antes com a história da Licenciatura, depois o Freeport que não cheira nada bem com o Charles, o tio e o primo do Karaté, as Offshores e a escritura da casa da mãe que desaparece. O Sr. Primeiro até pode ser inocente mas até ele? Epá… políticos deste país… eu não confio em vós. Ando desiludido, Isaltinos, Rochas, Felgueiras, Judas, Valentins, Narcisos, Loureiros, Constâncios, Avelinos e agora até o Sócrates, tudo gente inocente. Não confio. Por causa disso e porque nunca votei em branco (ainda não consegui votar em branco) no Domingo vou votar num dos partidos pequenos. A Soraia saiu-se com esta “os Grandes não merecem” e eu concordei de imediato e aceito a sua ideia, não conheço os pequenos partidos nem vou dar-me ao trabalho de os conhecer, talvez pela cara, Laurinda Alves talvez, pode não prestar para nada mas vai ser assim o meu protesto. Faço isto como experiência, se fossem as Legislativas não sei se conseguiria votar assim mas entendo esta eleição como menos perigosa onde o meu eventual erro pode ser admissível e vai ser assim que vou votar. Serve de experiência.

Cada profissão tem as suas coisas boas e más sendo que no meu meio profissional, na parte que me toca directa e indirectamente, é realmente muito mau os danos colaterais que a falta de vendas provoca. É evidente que generalizo e é essa a minha intenção. Há os que no meu meio profissional reagem às adversidades de determinada maneira, há os que reagem de outra, há os que não reagem, etc. Depois vejo que existem outras profissões com os seus problemas e as suas especificidades e ganho novas forças para continuar com a minha, há uma muito mal amada por conveniência, que muito provavelmente se não tivesse vários/muitos amigos que a exercem cairia também eu no erro do criticar fácil e mesmo assim não estão livres disso. Refiro-me ao ser professor. Dou por mim a ler “Filho de Leonor Cipriano aterroriza escola de Porches”, ora Leonor Cipriano… Leonor Cipriano… ah é a tal mãe cuja filha desapareceu e que está morta e cujo corpo não aparece e que terá sido cortado aos bocadinhos eventualmente para servir de refeição de uns quantos porcos… só de filme. Ao que parece o menino de 10 anos anda com uma arma na mochila. Resposta formal (avanço já eu sacando do meu mais fantástico poder de adivinhação) “mantenham a calma que isto é um acto isolado”. É isso, um acto isolado, são também actos isolados a falta de respeito/educação na sala de aula, os telemóveis, os bonés, os chinelos, o barulho, a indiferença… yah méne tá na boa… estar na sala de aula ou na praia pode até ser a mesma coisa. Depois há também aquela coisa do “se há os professores que ainda assim conseguem ter resultados porque é que vós os outros professores também não conseguem”? Vamos lá então alterar o plano curricular de um aspirante a professor e inserir mais 2 ou 3 anos para: Preparação Psicológica Intensiva para o Exercício da Docência; Para a plena obtenção de habilitações que permitam saber trabalhar com detectores de metais; Para as disciplinas de Defesa Pessoal Aplicadas à Especificidade da Docência; Para optimizarem a colocação da voz sem problemas para as cordas vocais; Para saberem como desactivar com sucesso telemóveis e engenhos explosivos; Para que estejam habilitados a lidarem com outras etnias em especial para saberem lidar com pais, primos entre outros das outras etnias; Para que estejam habilitados a estacionar os respectivos automóveis em local seguro para os mesmos que poderá não ser o local mais seguro para os respectivos e legítimos proprietários desses mesmos automóveis. Aos meus amigos professores dou-vos uma ideia de graça, eu sou assim, um gajo muito porreiro, uma ideia que vale milhões, está na moda, escrevam um livro que venderá, venderá, venderá que podem ir à vossa vida “Como Ser Feliz Exercendo a Profissão de Professor”. Graças a Deus (desculpem os não crentes) que não sou professor, graças a Deus que ainda existem professores, graças a Deus que existem muitos professores no desemprego ou ocupados com tarefas que nada têm a ver com as suas habilitações pois pelo menos durante mais algum tempo haverá stock neste país. Mas quem é que no seu perfeito juízo quer ser professor? Mas alguma vez poderei eu influenciar as minhas filhas para que sejam professoras? Para quê? Para aturarem estas e outras merdas?

Ainda há gente muito corajosa, a partir desta data deixo de me queixar dos meus problemas profissionais em especial na frente de vós Professores.

Depois admiram-se que de vez em quando apareça um ou outro exemplar da docência que lhe “salta a tampa”. Vamos lá por ordem na casa se não for pedir muito.

Sábios, poetas, todos são unânimes, dizem eles iluminados que “não há amor como o primeiro”.
É mentira.
Há amor como o primeiro.
Acreditem.
Sou eu que o digo.
O olhar, as mãos, a boca, o cheiro, em tudo diferente da outra mas igualmente eterno o efeito que provoca em mim.
A voz, os beijos, o cabelo, a ternura, em tudo diferente da outra mas igualmente infinito e eterno o meu amor por ela.
Só penso em ti quando não penso nela.
Só penso em ti e só penso nela.
Hoje são 3 os aninhos do meu segundo amor.
Feliz Aniversário minha eterna Maria.

2009/05/15

Eh touro lindo 2

Segundo o Inimigo Público de ontem... "Os Verdes querem retirar animais selvagens das bandas desenhadas". Segundo o mesmo jornal e falando de outras "touradas"... "Ali Agca quer ser português e presidente do Sporting".

Já li e vi muita coisa sobre as touradas, debates acesos onde só faltou porrada para animar a malta, eu sou dos que defendo que a tourada faz parte da nossa tradição e que o espectáculo deve continuar sem discussão.
Talvez pelo facto de ter vivido uns anos em terras de touros me faça perceber um pouco melhor a tradição (mas nem vou por aqui) e o próprio espectáculo, compreendo até que para muitos possa ser dispensável e deplorável, daí até terminarem com o apoio camarário é algo que não aceito nada bem.
Faz parte da nossa identidade, a acabar será naturalmente quando deixar de ter interesse para as pessoas.
O que virá depois?
(com humanos)
"ai o boxe não porque magoa os narizes dos senhores"? (a partir de agora no pavilhão da Câmara não se dá murros por lei)
"ui o futebol não porque mata, lembram-se do Fehér, do Puerta, das pernas partidas"? (no estádio municipal não podem jogar futebol)
"as corridas de carros até mandaram o Senna para o céu"?
aqui até entram humanos que é mais trágico.
O Bloco de Esquerda é perito nestas coisas mas agora tem mesmo uma bota do tamanho de Itália para descalçar, estou ansioso para ver como.
Salvaterra de Magos é a única Câmara Municipal (neste momento) bloquista, gostava de saber o que vai fazer o Sr. Presidente.
Vai ser coerente com o discurso do seu partido acabando com o apoio às touradas em Salvaterra e muito provavelmente perde as eleições?
O Bloco, se não for retirado o apoio às touradas (atenção que o sol ou sombra chega antes das eleições), retira o apoio ao Sr. Presidente?
O Bloco terá eventualmente perdido uma ou outra Câmara nas redondezas nas próximas eleições?
Ou vai rapidamente arrancar os cartazes entretanto já colados, arrumar a viola no saco, e fingir que nada se passou?

2009/05/09

É preciso ter galo

Uma das vantagens da cidade capital de distrito onde vivo para além de bonita é que estamos a 5 minutos de tudo, 5 minutos do centro, 5 minutos do local de trabalho, 5 minutos da Junta, 5 minutos do infantário, etc.
Nos mesmos 5 minutos viramos da cidade para a aldeia, eu vivo na parte da aldeia da cidade.
Da janela do meu quarto vejo os pombos do meu vizinho, ouço os passarinhos pela manhã, na certa que haverá pelas redondezas pelo menos um porco e alguns coelhos porque mémés já os vi na primeira curva à direita.
Há também um galo aqui ao lado esquerdo da casa, um galo avariado, não só canta mal, bom ele até começa bem có có ró... mas acaba sempre com um tipo de voz de galo fumador com tosse de cão.
Até que aguentaria bem o galo não fosse o desacerto, o gajo tanto canta às 3 da tarde como às 3 da manhã (apanhei-te galo desgraçado numa insónia medonha que me deixou acordado até às 5).
Preciso de ajuda especializada para a seguinte pergunta que talvez seja mais fácil de responder que a do Medeiros Ferreira do post anterior:
Como é que se acerta os ponteiros de um galo?

2009/05/05

O amigo Vasco

Não me recordo bem qual a hora certa daquele programa, deveria ser por volta das seis da tarde, o que me recordo na perfeição era a ansiedade com que esperava pelo momento. O meu ensino primário caracterizou-se por duas fantásticas fases nas quais não consigo eleger qual a mais espectacular, a 1ª e 2ª classe feitas no ensino estatal e a 3ª e 4 ª classe feitas no ensino privado, esta recordação reporta-se apenas à primeira dessas duas fases… os anos lectivos de 78/79 e 79/80. Nos dois primeiros anos tinha aulas só no período da manhã sendo que à tarde fazia os deveres e brincava na rua (no bairro) com as outras crianças amigas/vizinhas tudo isto depois de consumidas as habituais 2 horas para comer as 100 gramas de almoço. É nesta fase que nasce o famoso “come João Paulo”. Era a época da Gabriela, do Caminho das Estrelas, do Espaço 1999, da Cornélia (a vaca), da Heidi, do Marco e também a época do tal programa chamado Cinema de Animação apresentado por Vasco Granja. Vasco Granja faleceu ontem aos 83 anos de idade mas na certa permanecerá por muito tempo na memória de grande parte dos leitores deste blogue. Como não consegui obter um vídeo do programa original aqui fica uma carinhosa brincadeira feita por Herman José com a participação especial de Vasco Granja gozando consigo próprio.

Faz hoje 15 anos que faleceu um dos melhores pilotos de F1 do mundo, assisti em directo ao trágico grande prémio de Imola nesse Domingo 1 de Maio de 1994.
Nesse fim-de-semana, que passei com a Soraia em Rio Maior, era grande a oferta desportiva, o Mundial de Futebol de 1994 nos EUA e o Grande Prémio de Imola prometiam prender-me ao televisor... até que... aquela curva Tamburello.
No regresso a casa, na recta da fábrica de celulose da Figueira da Foz, confirma-se o pior Ayrton Senna da Silva morria vítima dos ferimentos, apesar de não ser o meu piloto favorito era de facto brilhante.

Sim, estar sempre a malhar no senhor é muito chato, é a tal campanha negra.
Mas porquê malhar?
Ele até tem tanto estilo.
Então não é que segundo o semanário Sol e segundo Felícia Cabrita (sempre ela, essa marota que só descobre coisas que incomodam muita gente) os documentos que suportavam a escritura e que identificavam a empresa offshore que vendeu a casa à mãe do nosso primeiro desapareceram.
É ler aqui.
Terá sido a contra-campanha negra a fazer das suas?
Estou cá na dúvida se o meu papelinho com uma cruz lá mais para o final do ano também desaparecerá ou se ainda arranjam maneira de me expulsarem aqui do blogue dos meus amigos.
Teoria da conspiração... buu "ai que susto".